Caqui ou Dióspiro
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ericales
Família: Ebenaceae
Género: Diospyros
Espécie: D. kaki
O Caqui(brasileiro) ou Dióspiro(português) é o fruto do caquizeiro ou diospireiro (Diospyros kaki, L.f.), uma árvore da família Ebenaceae. O nome Diospyros tem origem no grego dióspuron que significa alimento de Zeus.
Originário da China e muito popular no Japão, o Diòspiro (Caqui, em Brasil) é uma fruta bastante doce. Sendo uma fruta de caldo, contém grandes quantidades de água em seu interior.
Actualmente, mais de 800 variedades de dióspiro são cultivadas um pouco por toda a Europa (Portugal, Espanha, Itália) e na América do Sul.
Como exemplo: A variedade vermelha, quando maduro, é muito doce e mole, precisa de muito cuidado no transporte para não amassar. A variedade conhecida como caqui-chocolate é de cor alaranjada e no interior tem riscas cor de chocolate, é mais duro e resistente, e não é tão doce quanto o vermelho.
O seu sabor é muito característico, sendo uma mistura de pêssego com pêra.
Um Dióspiro possui o tamanho aproximado de uma maçã, porém assemelha-se muito com o tomate. Tem cerca de 80 calorias a cada 100 g, e quantidades moderadas de fibra solúvel (denominada pectina), de carotenos (pro-vitamina A) que é um dos principais antioxidantes utilizados contra o envelhecimento, potássio, vitaminas B1, B2 e E, além de cálcio, ferro e proteínas, é considerado alcalinizante e antioxidante. Por isso é bastante utilizada no cardápio dos desportistas. É constituído principalmente por água, tal como a maioria das frutas.
É rico em hidratos de carbono, sobretudo frutose, o que determina o seu valor energético moderado e o seu sabor doce.
Rico ainda em taninos (substância adstringente), especialmente quando não está demasiado maduro.
A pectina e a mucilagem que contem, conferem-lhe propriedades suavizantes e protectoras da mucosa intestinal.
Fruta de sabor doce e agradável, contém vitamina A, B1 e B2, além de quantidade considerável de fibras que regulam as funções intestinais.
A vitamina A é indispensável à vista, conserva a saúde da pele, evita infecções, auxilia o crescimento e faz parte da formação do esmalte dos dentes.
A vitamina B1 tonifica o músculo cardíaco e ajuda a regular o sistema nervoso e o aparelho digestivo.
A vitamina B2 é essencial ao crescimento, evitando ainda a queda de cabelos.
É muito recomendada contra afecções do fígado, problemas intestinais, catarros da bexiga e as enfermidades das vias respiratórias. As pessoas que sofrem do estômago e que apresentam manifestações de acidez, dores ou cãimbras, melhoram contendo 2 ou 3 caquis por dia.
O Caqui-chocolate é mais resistente e apresenta-se na cor alaranjada. Para que não perca as suas qualidades nutritivas, essa fruta deve ser consumida sempre ao natural.
Propriedades: O Diospiro possui qualidades calmantes, febrífugas, antieméticas e laxativas. O seu uso é conveniente para os que sofrem de desnutrição, tuberculose, anemia, descalcificação, enfermidades das vias respiratórias, catarros da bexiga, transtornos intestinais, afecções do estômago e gastrite infantil.
A fruta pode causar nódoas nas roupas. Para eliminar essas manchas, lave a peça de roupa em água corrente e abundante, esfregando previamente e bem o lugar manchado antes de lavar definitivamente.
O cultivo do Dióspiro é feito em várias partes do mundo de clima temperado e subtropical, uma vez que a planta se desenvolve em regiões mais amenas. O crescimento da arvore ocorre de forma lenta se comparada com outras plantas, assim, a primeira colheita dos frutos geralmente ocorre no 3º ano após o plantio.
Porquê comer Dióspiro?
1-A pectina, uma fibra solúvel encontrada nas frutas, chega ao intestino sofre um processo de fermentação que liberta ácidos gordos de cadeia curta. Estes são responsáveis por efeitos benéficos para a saúde, tais como o controlo da glicemia e dos níveis de colesterol no sangue.
Assim, o Dióspiro ajuda no processo inflamatório da parede do intestino, promovendo uma flora intestinal mais saudável.
2-Possui potássio, que é importante para o controlo da tensão arterial, para o equilíbrio dos fluídos do corpo e para a contracção muscular.
Atenção:
É desaconselhado em casos de insuficiência renal, visto que nesta condição o consumo de potássio é restrito.
3-Devido ao seu conteúdo em água e potássio, tem um leve efeito diurético, pelo que poderá ser benéfico no caso de gota e hipertensão arterial ou em caso de perdas excessivas de potássio, (como durante a utilização de diuréticos).
4-Quase todas as frutas de cor laranja possuem carotenos e este não é excessão... Contém carotenos que o nosso organismo transforma em vitamina A. (A vitamina A é um componente dos pigmentos visuais responsáveis pela recepção de luz na retina dos olhos).
5-Além disso, é importante para uma pele saudável, no crescimento, no desenvolvimento ósseo e para a reprodução.
Curiosidade
É um produto bem de época. Está no mercado ao meio do outono, período da apanha, quando é encontrado com melhor qualidade.O diospire é rico em açúcar e 100 gramas fornecem 78 calorias É considerado um alimento alcalinizante já que auxilia na melhora dos que sofrem acidez estomacal. Por alusão à cor do fruto, caqui em japonês, significa “amarelo escuro”.
Propriedades Medicinais
O caqui auxilia no funcionamento intestinal devido ao seu teor de fibras e, por ser rico em Betacaroteno, possui ação sobre os dentes, pele, olhos, unhas, cabelos e na defesa do organismo.
Valor Calórico
Varia um pouco mas como exemplo, 100 gramas de Caqui chocolate fornecem 74,4 calorias. Diospiro japonês: 86,7 calorias.
Como Comprar
Na hora da compra, observe se a fruta não apresenta rachaduras, se está firme e de cor uniforme.
Como Armazenar
O Dióspiro só não deve ser lavado na hora de consumi-lo, caso contrário ele azeda facilmente. Quando a fruta não estiver totalmente madura, deixar em local fresco e arejado para completar a maturação. E se estiver madura, conservar no frigorifico por 4 a 5 dias.
Como Preparar
Em geral, o Diospiro é consumido ao natural, mas, pode ser usado na preparação de doces, sumos, compotas e saladas.
Por ser muito adstringente quando verde, só deve ser consumido bem maduro. Rico em sais e vitaminas.
MaisPara acidez estomacal, dores e câimbras, são curadas comendo dois ou três Diospires por dia. Conveniente para os desnutridos, os tuberculosos, os anêmicos e descalcificados. Presta-se também em casos de enfermidades das vias respiratórias, catarros da bexiga e transtornos intestinais.
O chá das folhas da árvore age como calmante e o fruto usa-se em forma de cataplasma para a cura de outros males.
É tambem utilizado no combate da anemia, afecções do estômago; é um bom calmante.
Mais Detalhes
O Diospiro é uma fruta natural da China e do Japão. Foi levado ao Brasil pelos imigrantes japoneses e se ambientou muito bem ao clima e solo.
Quando verde, é amargo e adstringente. Depois de amadurecido, sua polpa fica macia e muito saborosa. Há algumas variedades de caqui que não têm sementes. Há também o caqui chocolate, com polpa escura e mais firme. Em geral, o caqui é consumido ao natural, mas também pode ser usado na preparação de vários tipos de doces.
Muito rico em açúcar e tem um alto teor de vitaminas A e B, além de sais minerais, como ferro, fósforo e cálcio.
Na hora de comprar, prefira o Diospiro meio verde e embrulhe em folhas de jornal para amadurecer. Observe bem se a fruta não está rachada, pois nesse caso o processo de deterioração é muito rápido.
A CULTURA DO CAQUI
Engº Agrº Fernando Picarelli Martins - Consultor Técnico
O caquizeiro (Diospyros kaki) pertence à família das Ebenáceas, é originário da Ásia, onde é cultivado há séculos, principalmente na China e no Japão. Daí se espalhou, estando presente em quase todas as regiões de clima temperado e subtropical do mundo.
Caracteristícas da planta
O caquizeiro é planta de porte arbóreo e folhas caducas, que apresenta lento desenvolvimento inicial, mas é efetivamente perene, com longevidade de várias dezenas de anos.
No que diz respeito à frutificação, a maioria das variedades tem tendência para produção de frutos partenocárpicos, ou seja, frutificam mesmo que não haja polinização, do que resulta a formação de frutos sem sementes. O fruto é uma baga, que traz consigo, na base, o cálice persistente e bastante desenvolvido. A cor da casca varia de amarelo a vermelho e, a da polpa, que geralmente é amarelada, pode variar, em certos casos, em função da presença ou não de sementes. O fruto verde é rico em tanino e, o maduro, não apresenta acidez e é rico amido, açúcares notadamente glicose, sais minerais e vitaminas A e C.
Tipos e variedades
As variedades de caqui, de acordo com as características de seus frutos, podem ser enquadradas em três diferentes tipos: taninoso, doce e variável. O tipo taninoso compreende as variedades de polpa sempre taninosa e de cor amarelada, quer os frutos apresentem ou não sementes. As variedades deste tipo indicadas para plantio são: Taubaté, Pomelo e Rubi.
O tipo doce abrange as variedades de polpa sempre não taninosa e de polpa amarelada, tenham os frutos sementes ou não. As variedades recomendadas deste tipo são: Fuyu, Jiro e Fuyuhana.
O tipo variável inclui as variedades de polpa taninosa e de cor amarelada, quando sem sementes e, não taninosa, parcial ou totalmente, quando apresentam uma ou mais sementes. Quando as sementes são numerosas, a polpa é de cor escura, enquanto que nos frutos com poucas sementes, a tonalidade escura aparece ao redor delas, originando o que popularmente é chamado de ’chocolate’. As principais variedades do tipo variável são: Rama Forte, Giombo e Kaoru.
Pragas e doenças
O caquizeiro é planta bastante rústica e, em nossas condições, com poucos problemas fitossanitários. Das pragas, algumas causam prejuízos às plantas e outras aos frutos e, entre elas se destacam: moscas das frutas (Anastrepha spp e Ceratitis capitata), lagarta dos frutos (Hypocala andremona), tripes (Heliothrips haemorrhoidalis), cochonilha (Pseudococcus comstocki), besouro de Limeira (Sternocolaspis quatuordecimcostata), lepidobroca (Leptaegeria sp) e ácaro (Eriophyes diospyri).
Entre as doenças que afetam a cultura, merecem maior atenção: mancha das folhas (Cercospora kaki), antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), galha da coroa (Agrobacterium tumefaciens) e podridão das raízes (Rosellinia sp). Tanto no caso da pragas, como no das doenças, o controle deve ser preventivo e feito com defensivos específicos, registrados para a cultura do caquizeiro.
O caquizeiro se desenvolve bem nos mais variados tipos de solos, desde que sejam dotados de boa capacidade de retenção de umidade. As condições mais propícias, no entanto, são encontradas nos solos areno-argilosos, profundos e bem drenados.
Trata-se de planta tipicamente subtropical, com ampla capacidade de adaptação às nossas condições ambientais. Embora seja uma espécie de folhas caducas, como são as fruteiras de clima temperado, sua área de cultivo costuma se estender pelas mesmas regiões de cultivo das plantas cítricas, exigindo precipitações anuais entre 1.000 e 1.500 mm.
Propagação
A instalação do pomar deve ser feita com mudas enxertadas. Os porta-enxertos mais usados são os obtidos de sementes das próprias variedades comerciais (Diospyros kaki); eles apresentam sistema radicular pivotante, com poucas raízes secundárias e, em razão disso, se adaptam melhor aos terrenos profundos e bem drenados, não tolerando solos superficiais ou baixadas úmidas.
O processo mais comumente empregado para a enxertia da variedade escolhida, é o da garfagem de fenda cheia ou lateral, no topo de porta-enxertos com idade entre um e dois anos, e proporciona melhores resultados quando realizado durante os meses de julho e agosto.
Implantação do caquizal
O terreno onde vai ser instalado o pomar deverá estar limpo de mato ou restos de outras culturas. É recomendável submetê-lo a uma aração profunda, seguida de gradagem, antes da abertura das covas. A calagem, se necessária, deverá ser feita por ocasião do preparo do terreno, de modo que o corretivo seja incorporado ao solo quando da realização da aração e da gradagem.
O espaçamento de plantio varia, sobretudo, em função da variedade a ser cultivada. Para as dos tipos taninoso e variável, cujas plantas são vigorosas, os espaçamentos mais usados são de 8 x 7 m, 7 x 7 m e 7 x 6 m. No caso das variedades doces, que apresentam plantas menos vigorosas, com copas menos desenvolvidas, os espaçamentos mais usados são os de 7 x 6 m, 6 x 6 m e 6 x 5 m.
As covas deverão medir 60 x 60 x 60 cm. Resultados satisfatórios são obtidos com a seguinte adubação, por cova, feita pelo menos 30 dias antes do plantio das mudas: 20 kg de esterco de curral bem curtido, 1 kg de calcário magnesiano, 160 g de P2O5 e 60 g de K2O. Em cobertura, a partir do início da brotação das mudas, aplicar 60 g de N, em quatro parcelas de 15 g, de dois em dois meses.
A poda de formação tem por finalidade constituir o esqueleto básico da planta, capaz de suportar pesadas cargas. A muda é plantada de haste única e, no primeiro ano, deixa-se desenvolver 3 ou 4 pernadas, radialmente dispostas no tronco, distantes entre si de 10 a 15 cm, a partir de 50 cm do solo; todos os demais ramos são eliminados rente ao tronco. No inverno seguinte, um ano após o plantio, essas pernadas são encurtadas, a fim de permitir a emissão de ramificações vigorosas. Nos anos seguintes, prosseguem as podas de encurtamento e raleio de ramos, até que se consiga formar a copa da planta.
A poda de inverno, de encurtamento de ramos deve ser evitada nas plantas adultas, uma vez que a frutificação ocorre sempre nos ramos do ano e, os melhores frutos se originam na brotação das gemas terminais dos ramos do ano anterior. Na realidade, o que se pratica é uma poda de limpeza, onde são eliminados os ramos supérfluos, mal situados, doentes e secos. Desbrotas periódicas devem ser realizadas, pelo menos duas durante o ano, ocasião em que são eliminados os brotos em excesso.
Anualmente, deve-se proceder à adubação do caquizal, a fim de serem restituídos ao solo, os elementos dele retirados através da colheita dos frutos, poda dos ramos e queda das folhas. No pomar em formação aplicar em cada planta, anualmente, 10-15 kg de esterco de curral, 40-60 g de N, P2O5 e K2O, por ano da idade. No pomar adulto, a partir do oitavo ano, cada planta deve receber, anualmente, 40 kg de esterco de curral, 300-500 g de N, 150-300 g de P2O5 e 180-360 g de K2O. Em ambos os casos, após a colheita, distribuir o esterco, o fósforo e o potássio, na área correspondente à projeção da copa e misturá-los com a terra da superfície. O escoramento de ramos é necessário no caso de plantas adultas, com grande produção, as quais, muitas vezes, têm seus galhos rompidos.
Colheita e destanização
Instalado o pomar, o caquizeiro entra em frutificação a partir do terceiro ano e daí em diante a produção vai crescendo progressivamente, até por volta do décimo quinto ano, quando praticamente se estabiliza. De um modo geral, uma planta adulta, em culturas bem conduzidas, produz de 100 a 150 kg de frutos, por ano. A colheita dos frutos é feita quando eles perdem a coloração verde e adquirem a tonalidade amarelo-avermelhada, sendo a seguir transportados para galpões, onde são classificados e embalados.
Todos os caquis dos tipos taninoso e, os do tipo variável, quando sem sementes, apresentam polpa taninosa, mesmo quando maduros e, em razão disso, depois de colhidos, precisam sofrer o processo de destanização, para que seja eliminada a adstringência, bastante desagradável ao paladar. Para isso, são usadas as chamadas ’estufas’ ou câmaras de maturação, onde as substâncias mais empregadas para a destanização são: o acetileno produzido pela hidratação do carbeto de cálcio (carbureto comercial), o monóxido de carbono resultante da combustão de serragem, vapores de álcool e etileno.
Comercialização e conservaçãoA produção de diospiro destina-se, na sua quase totalidade, ao consumo como fruta fresca, no mercado interno, para onde é enviada em diversos tipos de embalagem especialmente concebidas para estes frutos.
Quanto à conservação, pesquisas evidenciaram a possibilidade de se poder estender a vida pós-colheita do caqui, pelo uso de frigorificação. O período de conservação depende do grau de maturação dos frutos, da variedade cultivada e das condições de temperatura e umidade relativa observadas na câmara frigorífica.
Industrialização
O caqui se presta para a industrialização, podendo ser usado tanto para preparo de passa, como para a elaboração de vinagre. A passa de caqui é um produto altamente nutritivo, de sabor bastante agradável, cujo consumo, em nosso país, se restringe aos membros da colônia japonesa, talvez devido ao fato de ser produzida em pequenas quantidades. Os frutos destinados à secagem devem ser colhidos ’de vez’, nem muito verdes nem muito maduros, e não precisam ser destanizados. A relação entre o peso dos frutos frescos e o de caqui-passa é de, aproximadamente, 5 para 1.
O caqui pode também ser usado para a produção de vinagre, proporcionando alto rendimento em mosto para fermentação, do qual resulta um produto de qualidade muito boa. A grande vantagem do processo é que ele permite o aproveitamento dos frutos que normalmente são descartados, permitindo a obtenção de 60 litros de vinagre com elevada graduação acética, a partir de 100 kg de caquis maduros.
Nomenclatura binomial
Diospyros kaki
L.f.
Fontes:
http://www.hortifruti.com.br/http://www.pt.wikipedia.org/
http://www.vitaminasecia.hpg.ig.com.br/
http://www.todafruta.com.br/
http://www.educar.sc.usp.br/
www.plantaservas.hpg.ig.com.brExigências de clima e solo