Pragas: salve suas plantas!
A maior parte das pragas atacam geralmente na primavera, período de fertilidade e de grande actividade na natureza. Elas causam vários estragos nas plantas, além de favorecer o surgimento de doenças, principalmente fúngicas. As pragas geralmente tornam-se um problema mais sério quando há um desequilíbrio ecológico no sistema onde a planta está inserida. Outras situações que podem favorecer o seu surgimento são desequilíbrios térmicos, excesso ou escassez de água e insolação inadequada. O assunto é vastíssimo e aqui não daria para falar profundamente sobre isso. Fica aqui, na 1ª parte, um guia rápido para facilitar o reconhecimento das principais pragas e algumas dicas naturais de controle.
Pragas: são geralmente representadas por pequenos animais que causam danos a folhagem, ramos e flores. São controlados mediante pulverizações preventivas com produtos específicos.
Mosca Branca ou Traça: são insectos pequenos e, como diz o nome, de coloração branca. Não é difícil a notar a sua presença - ao esbarrar numa planta infestada por moscas brancas, dá para ver uma pequena revoada de minúsculos insectos brancos. Costumam localizar-se na parte inferior das folhas, onde libertam um líquido pegajoso que deixa a folhagem viscosa e favorece o ataque de fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvas deste insecto, praticamente imperceptíveis, também alojam-se na parte inferior das folhas e, em pouco tempo, causam grande infestação.
É difícil eliminá-las, por isso muitas vezes é preciso aplicar semanalmente insecticidas específicos para plantas. Quando o ataque é pequeno e em cura natural, o uso de plantas repelentes - como tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha), calêndula (Calendula officinalis), Arruda (Ruta graveolens) - costuma dar bons resultados.
Ácaros: aracnídeos diminutos que sugam as folhas atrofiando-as, distorcendo-as e manchando. São controlados com acaricida.
Os acaros são tão minúsculos que parecem uma camada de poeira fina, em geral na parte de trás das folhas. São mais comuns em gerânios e violetas, que ficam atrofiadas e com flores murchas.
Devem ser pulverizadas com insecticida especifico.
A Aranha Vermelha: apesar de pequenina suga a seiva das plantas. Costumam aparecer em ambientes quentes e secos e se instalam na parte de trás das folhas, amarelando-as e provocando quedas prematuras.
Ataca flores, folhas e brotos, deixando marcas semelhantes à ferrugem. O ataque de ácaros diminui o ritmo de crescimento, favorece a má formação de brotos e, em caso de grande infestação, pode matar a planta.
Costuma atacar mais as plantas envasadas do que as que estão em canteiros;
Uma boa dica é borrifar a planta com água, regularmente, já que este insecto não gosta de humidade. Casos mais severos exigem que as partes bem atacadas sejam retiradas;
A Calda de Fumo ajuda a controlar o ataque.
Criam teias finíssimas em torno das plantas onde vivem e se alimentam dificultando o natural crescimento da mesma.
Limpar ao máximo as teias existentes, aplicar um insecticida apropriado e proporcionar maior humidade á planta no futuro
Conchonilhas: cocídeos sugadores dotados de carapaça dura em escama ou de cobertura flocculosa branca, mole. Controlar com insecticida adequado.
A Cochonilha algodão é um insecto coberto por flocos brancos, como algodão, que podem formar aglomerações nos caules e parte de trás das folhas. Limpe a planta com a ponta de um pano húmido ou cotonete e de seguida aplique o insecticida.
A Cochonilha Negra têm o aspecto de um pequeno disco castanho ou amarelado que aparecem na parte inferior das folhas e também nos troncos da planta. Além de sugar a seiva da planta, as cochonilhas liberam uma substância pegajosa que facilita o ataque de fungos, em especial, o fungo fuliginoso. Dá para perceber sua presença quando as folhas apresentam uma crosta com consistência de cera. Algumas cochonilhas apresentam uma espécie de carapaça dura, que impede a acção de insecticidas em spray pois funcionam como escudo protector. Neste caso, produtos à base de óleo costumam dar melhores resultados, pois formam uma "capa" sobre a carapaça, impedindo a respiração do insecto e o remédio é removê-las usando um cotonete com paciência e cuidado e depois pulverizar a planta com insecticida.
A calda de fumo costuma dar bons resultados também.
As joaninhas também são suas predadoras naturais, além de certos tipos de vespas;
A Calda de Fumo e a Emulsão de Óleo são os métodos naturais mais eficientes para combatê-las.
Deve-se evitar o controle químico pois prejudicará mais a planta do que combaterá a praga pela sua resistência, mas quando necessário, em casos extremos, normalmente são usados óleo mineral e insecticida organofosforado.
Lagartas: estágio do ciclo de insectos, que devoram as folhas. Controlar com insecticida.
Existem vários tipos de Lagartas e são mais frequentes em plantas que ficam em estufa e não estão expostas aos predadores naturais das lagartas, as aves. O sinal mais visível é a presença de buracos nas folhas, as fezes depositadas nas folhas como pequenos grãozinhos pretos e algumas espécies tecem fios em volta das folhas. Procure bem, retire as lagartas e limpe as folhas das plantas.
Todas as plantas que apresentam folhas macias estão sujeitas ao seu ataque. As chamadas “taturanas” são lagartas com pêlos e algumas espécies podem queimar a pele ou desencadear alergias terríveis de quem as toca.Caso não apresente um ataque maciço (quando é indicada a aplicação um lagarticida biológico, facilmente encontrado no mercado), o controle das lagartas deve ser manual, ou seja, devem ser retiradas e destruídas uma a uma, lembrando que é importante usar uma protecção para a que a lagarta não toque na pele.
A Calda de Angico ajuda a afastar as lagartas e não prejudica a planta;
O uso de plantas repelentes, como a Arruda, pode ajudar a mantê-las afastadas
Aves e pequenas vespas são suas “inimigas” naturais;
Não esquecer que sem as lagartas, não teríamos as borboletas. Ao eliminá-las completamente, estamos nos privando da beleza e da graça desses belos seres alados e algumas são verdadeiramente jóias aladas. Mais uma vez, o equilíbrio é a chave.
Lesmas e caracóis: moluscos que consomem, folhas e flores. Pouco activos durante o dia,escondem-se na terra e debaixo dos vasos. Deixam por toda a parte um rasto de baba brilhante. Apanhar á mão e controlar com meta-aldeído. De forma natural, cascas de ovos partidas e colocadas com as pontas aguçadas para cima e bem perto do tronco principal da planta, podem dissuadir grandemente o avanço dos mesmos. Têm que se renovar periodicamente.
Besouros e passarinhos são seus predadores naturais;
Uma boa forma de eliminá-los também é usar armadilhas, feitas com “isca de cerveja” para atraí-los. Tire a tampa de uma lata de azeite e enterre-a deixando a abertura no nível do solo. Coloque dentro um pouco de cerveja misturada com sal. As lesmas e os caracóis caem na lata atraídas pela cerveja e morrem desidratados pelo sal.
Pulgões ou Piolhos: afídeos sugadores de brotos e botões de flores, atraem formigas que os protegem e transferem para outras plantas, favorecem o aparecimento do bolor preto.
O Piolho Verde, pretos, cinzentos ou alaranjados, costumam deixar uma secreção pegajosa e açucarada por onde passam, preferem as plantas com tecidos macios e de flores muito coloridas, atacando em especial os botões. Controlar com insecticida ou de forma natural, colocando Joaninhas sobre a planta ou aplicar Calda de Fumo ou Macerado de Urtiga.
Percevejos: São mais conhecidos como “Marias-fedidas”, pois exalam um odor desagradável quando se sentem ameaçados. Seu ataque costuma provocar a queda de flores, folhas e frutos, prejudicando novas brotações.
Vespas são suas predadoras naturais.
Devem ser removidos manualmente, um a um.
Se o controle manual não surtir efeito, a Calda de Fumo pode funcionar como um repelente natural.
Tatuzinhos ou Bicho de Conta: Crustáceos que consomem raízes, caule e folhas de plantas novas.
Muito comuns nos jardins com humidade excessiva, são também conhecidos como “Tatus-Bolinha ou Bicho de Conta”, pois se enrolam como uma bolinha/conta quando são tocados. Vivem escondidos e alimentam-se de folhas, caules e brotos tenros, além de transmitir doenças às plantas.
Evitar a humidade excessiva em vasos e canteiros;
Devem ser retirados manualmente e eliminados um a um. Controlar com insecticida.
Tripes: Insectos diminutos que raspam e deformam folhas e flores. Controlar com insecticida.
Trips são pequenos insectos pretos que atacam crótons, begônias e brincos de princesa, que podem ficar desfiguradas. Voam ou saltam pelas folhas, deixando um rastro prateado. Para controlá-los, pulverize a planta sempre que necessário.
A Tesourinha ou Bicha Cadela: é um insecto castanho ou preto com uma pinça na parte traseira, frequente dentro e fora de casa, raramente se vê durante o dia, esconde-se por vezes na terra e debaixo dos vasos. Costuma fazer buracos nas folhas reduzindo-as às nervuras principais. Deve ser removido, sacudindo folhas e flores.
Nematóides: São “parentes” das lombrigas e atacam pelo solo. As plantas afectadas apresentam raízes grossas e cheias de fendas. Num ataque intenso, provocam a morte do sistema radicular e, consequentemente, da planta. Algumas plantas dão sinais em sua parte aérea, mostrando sintomas do ataque de nematóides: as dálias, por exemplo, podem apresentar áreas mortas, de coloração castanha, nas folhas mais velhas.
O melhor repelente natural é o plantio de tagetes (o popular cravo-de-defunto) na área infestada;
Se o controle ficar difícil, é indicado eliminar a planta infestada do jardim, para evitar a proliferação.
Formigas cortadeiras: são principalmente saúvas e quenquém. Aplicar formicida ou iscas no formigueiro. Não se encontram em Portugal.
As doenças: são males provocados por fungos ou bactérias. Provocam manchas, crestamento, podridão ou seca principalmente das folhas.
Algumas são conhecidas por nomes como antracnose, cancro, bolor, ferrugem. Enfraquecem e causam a morte das plantas. São controladas com pulverização preventivas de fungicidas.
Os vírus: causam manchas e estrias claras ou amareladas nas folhas. Enfraquecem a planta e causam deformações nas flores. São transmitidos por insectos e por estacas contaminadas utilizadas na propagação.
São controlados pelo cultivo de variedades resistentes e combate a insectos vectores.
Métodos alternativos para controle de pragas e doenças das plantas.
Controle Agro-ecológico de Pragas e Doenças
Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agro-ecológicos
O que é melhor curar? A febre ou a doença que a provoca? Responder a essa pergunta significa optar pelo tratamento do efeito (a febre) ou da causa (doença) de um determinado problema. Assim como no corpo humano habita uma série de micro-organismos que coexistem pacificamente connosco, na lavoura esses organismos também se encontram no solo, nas plantas e nos organismos dos animais. Só quando o corpo e a agricultura se tornam fracos e desequilibrados em seu metabolismo, é que esses organismos oportunistas atacam, tornando-se um problema. Isso significa que a origem do problema não é a existência desses organismos, mas o desequilíbrio presente ou no corpo humano ou no ambiente agrícola.
Na agricultura convencional, as práticas de campo se direccionam para o efeito do desequilíbrio ecológico existente. Este desequilíbrio gera a reprodução exagerada de insectos, fungos, ácaros e bactérias, que acabam se tornando "pragas e doenças" das lavouras e das criações de animais. Aplicam-se agro-tóxicos nas culturas, injectam-se antibióticos e outros remédios nos animais buscando exterminar esses organismos. Contudo, o desequilíbrio quer seja no metabolismo de plantas e animais, quer seja na constituição físico-química e biológica do solo permanece. E permanecendo a causa, os efeitos (pragas e doenças) cedo ou tarde reaparecerão, exigindo maiores frequências de aplicação ou maiores doses de agro-tóxicos num verdadeiro "círculo vicioso".
Na agricultura orgânica, por sua vez, trabalha-se no sentido de estabelecer o equilíbrio ecológico em todo o sistema. Parte-se da melhoria das condições do solo, que é a base da boa nutrição das plantas que, bem nutridas, não adoecerão com facilidade, podendo resistir melhor a algum ataque eventual de um organismo prejudicial. Cabe destacar o termo "eventual" porque num sistema equilibrado, não é comum a reprodução exagerada de organismos prejudiciais, visto que existem no ambiente inimigos naturais, que naturalmente irão controlar a população de pragas e doenças.
Desta forma, partindo da prevenção e do ataque às causas geradoras de desequilíbrio metabólico em plantas e animais, os métodos agro-ecológicos de manejo de tais organismos se tornam bem sucedidos à medida em que encaram uma propriedade do mesmo modo que um médico deveria olhar para uma pessoa: como um "organismo", uma individualidade única e repleta de interacções dinâmicas e em constante mudança.
Diferença entre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agro-ecológicos
O Manejo Integrado de Pragas (conhecido como MIP), constitui um plano de medidas voltadas para diminuir o uso de agro-tóxicos na produção convencional, buscando optimizar o uso desses produtos no sistema. O princípio da agricultura convencional de atacar apenas os efeitos, permanece à medida em que todas as práticas se voltam para o controle de pragas e doenças e não para o equilíbrio ecológico do sistema. Contudo, existe uma preocupação em se utilizar agro-tóxicos apenas quando a população desses organismos atingir um nível de dano económico (em que as perdas de produção gerem prejuízos económicos significativos), diminuindo a contaminação do ambiente com tais produtos.
Já os métodos agro-ecológicos buscam aplicar o princípio da prevenção, fortalecendo o solo e as plantas através da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente.Seguindo essa lógica, o controle agro-ecológico de insectos, fungos, ácaros, bactérias e viroses é realizado com medidas preventivas tais como:
Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região.
Consorciação de culturas
Fazer uso da adubação orgânica.
Rotação de culturas e adubação verde.
Cobertura morta e plantio directo.
Plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e doenças.
Consorciação de culturas e manejo selectivo do mato.
Evitar erosão do solo.
Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis admitidos pela Instrução Normativa.
Uso de plantas que actuem como "quebra ventos" ou como "faixas protectoras".
Nutrição equilibrada das plantas com macro-nutrientes e micro-nutrientes.
Conservação dos fragmentos florestais existentes na região.
Entretanto, cabe ressaltar que algumas das estratégias usadas no Manejo Integrado de Pragas, que visa a diminuição do uso de agro-tóxicos nas lavouras, podem ser adoptadas pelos produtores orgânicos. Vejamos, a seguir, tais estratégias com mais detalhes:
Estratégias para o Manejo Agro-ecológico de Pragas e Doenças
1 - Reconhecimento das pragas-chave da cultura:
Consiste em identificar qual o organismo que causa maior dano à cultura. Por exemplo, no caso do algodão, o bicudo constitui o insecto mais importante no elenco de organismos que prejudicam a cultura. Na cultura da banana os principais organismos são fungos, responsáveis pelo "Mal de Sigatoka" e pelo "Mal do Panamá"
Conhecer a praga-chave de cada cultura ajudará o agricultor a adoptar práticas que incentivem a reprodução de seus principais inimigos naturais, ou que criem condições ambientais desfavoráveis à multiplicação do organismo indesejável
2 - Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura:
Diversos insectos, fungos e bactérias podem actuar beneficamente como agentes de controle biológico das principais pragas e doenças e, o que é melhor, de forma gratuita na medida em que ocorrem naturalmente no ambiente. Conhecer as principais espécies e favorecê-las através de diversas práticas (manejo do mato nativo, adubação orgânica, preservação de fragmentos florestais, entre outros), é uma estratégia fundamental para o sucesso do controle de pragas e doenças na agricultura agro-ecológica.
3 - Amostragem da população dos organismos prejudiciais:
Monitorar a presença das pragas através da contagem de ovos, largas e organismos adultos (no caso de insectos), ou da vistoria das plantas (% de dano em caso de doenças fúngicas ou bacterianas), é uma actividade obrigatória para que o produtor saiba quando agir e o faça de modo a promover o equilíbrio ecológico de todo o sistema de produção.
4 - Escolher e utilizar as tácticas de controle:
Mesmo promovendo o equilíbrio do sistema, a persistência de determinadas pragas e doenças no ambiente é comum e nem sempre basta a adopção apenas de medidas preventivas. A traça do tomateiro (Tuta absoluta ), a requeima da batata (Phytophora infestans) são exemplos desse caso.Assim, quando existem ameaças destes organismos promoverem um dano económico às culturas agro-ecológicas, será necessário ao agricultor adoptar práticas "curativas". Tais práticas actuam como "remédios" para as plantas, como o uso das caldas bordalesa ou sulfocálcica, por exemplo.
Noções sobre o uso de agro-tóxicos
Noções sobre o uso de agro-tóxicos
Os agrotóxicos, produtos e agentes químicos ou biológicos, cuja finalidade é a de preservar, a flora e a fauna, da acção danosa de outros seres vivos considerados nocivos, são distribuídos em grupos de produtos classificados como insecticidas (controlam as pragas), fungicidas (agem sobre os fungos), herbicidas (combatem as plantas invasoras), bactericidas (controlam as bactérias), acaricidas (eliminam os ácaros), nematicidas (agem sobre os nematóides do solo), moluscidas (combatem as lesmas) e raticidas (agem sobre os ratos).
O uso de agro-tóxicos tem sido questionado pelos ambientalistas, ecologistas e biólogos, pois são produtos químicos que, quando aplicados de forma indiscriminada e inadequada, causam problemas à flora, à fauna e ao próprio homem.
O uso de agro-tóxicos nos cultivos de açaizeiro (como exemplo) ainda são limitados, pois se restringem a poucas acções no controle de pragas, em sementeiras, viveiros e no campo. O uso de fungicidas praticamente inexiste, pois o "anel-vermelho", até então referido em alguns trabalhos entomológicos, associados às acções provocadas pela broca-do-coqueiro, vector do nematóide causador dessa doença, não atingiram ainda estágios de comprometimento económico à produção de frutos.
Escolha do agro-tóxico
Para que sejam obtidos resultados eficientes, no controle desses seres nocivos dentro da actividade agrícola, são observados, como princípios básicos, se a incidência de doença, praga ou concorrência de plantas invasoras justifica o controle, e se o uso de agro-tóxico provoca desequilíbrio à cultura e ao meio ambiente.
É importante avaliar, quando da decisão do combate à nocividade, se o agro-tóxico é recomendado para o controle desejado, tendo sempre em mente a preocupação de escolher produtos menos tóxicos. Quando houver a necessidade do uso de dois produtos é prudente verificar se não há incompatibilidade e não deve ser esquecido o respeito ao intervalo mínimo entre a aplicação e a colheita.
Cuidados especiais no uso e manuseio de agro-tóxicos
O uso de agro-tóxicos exige de seus manuseadores o conhecimento básico sobre o modo de acção, as doses recomendadas, a hora e a época de aplicações, a formulação do produto (pó-molhável, concentrado emulsionável, pó seco), a classe toxicológica e sobre os cuidados durante e após as aplicações no controle de doenças, pragas e plantas invasoras nas culturas de importância socioeconômica, assim como na manipulação das embalagens após o esvaziamento das mesmas.
Os agro-tóxicos, comercializados em embalagens do tipo pacote, caixa, lata e vidro, são dotados de rótulos, que devem ser sempre preservados, contendo informações importantes sobre o produto, como: as culturas beneficiadas com a sua aplicação; as doenças, pragas ou plantas invasoras que podem ser tratadas; a melhor época para controlar as doenças, pragas e plantas invasoras; a dosagem recomendada; o intervalo entre as aplicações; a carência ou intervalo entre a última aplicação e a colheita, para que o agro-tóxico não contamine os alimentos; a compatibilidade, quando da possibilidade e necessidade de se aplicar mais de um produto ao mesmo tempo; os cuidados a serem tomados pelo aplicador, para não se contaminar; e sobre a formulação do produto e a indicação do princípio activo.
Nas propriedades, os agrotóxicos devem ser armazenados ou guardados longe do alcance de crianças e de animais, e evitados os lugares húmidos, a céu aberto e próximo das habitações. As embalagens devem ser mantidas sempre fechadas e os produtos conservados na embalagem original.
Quando do manuseio, após a abertura das embalagens, o produtos não deve ser tocado sem a observação dos cuidados necessários, como os usos de equipamentos de protecção individual (EPI), tais como luvas, óculos e máscara para evitar o contacto e a inspiração do produto.
As embalagens devem ser recolhidas e encaminhadas para terem o destino final, de acordo com a legislação regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na impossibilidade de cumprimentos das normas de protecção, devem ser inutilizadas e enterradas em locais adequados, mas sempre longe de rios, fontes e igarapés; e, nos casos de embalagens abertas ou rasgadas, as mesmas devem ser mantidas em sacos de plástico.
Os agro-tóxicos são poderosos contaminantes que necessitam, quando usados, de cuidados que minimizem ou neutralizem os seus efeitos prejudiciais ao homem, animais, alimentos e ao ambiente. As acções que devem ser postas em prática, com vistas à redução do perigo da contaminação, estão relacionadas com o uso e lavagens dos pulverizadores, as aplicações do produto, os cuidados com o aplicador e o destino final dos resíduos e embalagens.
Esses temas são regulamentados por leis específicas e detalhados quanto aos seus usos e aplicações, como a Lei n° 7.802, de 11 de Julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspecção e a fiscalização de agro-tóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Parte dessa lei, foi regulamenta pelo Decreto nº 3.179, de 21.09.1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e actividades lesivas ao meio ambiente e alterada pela Lei 9.974, de 06 de Junho de 2000, que trata especificamente sobre o destino das embalagens vazias.
Técnica de aplicação
Os defensivos químicos são os meios mais perigosos, porém eficazes, que o agricultor dispõe para o controle de doenças, pragas e plantas invasoras, que comprometem a rentabilidade de suas lavouras. No entanto, por causa dos seus usos indiscriminados e inadequados, vêm causando danos ao ambiente e ao próprio homem, mesmo quando são necessários poucos gramas de ingrediente activo por hectare para controlar as doenças, pragas e plantas invasoras.
Formulação e modo de aplicação
Os defensivos são comercializados nas formulações sólidas (pó e granulado); líquidas (pó-molhável ou emulsionável), e gasosas, sendo estas últimas de uso bastante restrito.
As formulações na forma de pó seco contêm 0,5% a 10% de ingrediente activo e a aplicação é feita com polvilhadora ou polvilhadeira. Essas formulações têm baixas concentrações, por isso o custo da aplicação, por unidade de área, é maior. As desvantagens da aplicação de pó estão relacionadas ao fato das partículas serem levadas pelo vento a longas distâncias, a baixa aderência das mesmas, o que facilita a lavagem pela chuva, e ao alto risco de inalação das partículas pelos aplicadores.
As formulações granulares são aplicadas a lanço e oferecem maior segurança aos aplicadores. Os grânulos também contêm baixa concentração de ingrediente activo sendo, portanto, de custo mais alto como ocorre com os pós-secos. O maior problema com o uso de granulados é o fato de terem acção sistémica, por isso vêm sendo desenvolvidos produtos micro-encapsulados, de libertação lenta, que reduz mais os riscos de contaminação do aplicador.
As formulações líquida, pó-molhável ou concentrado emulsionável, são aplicadas em pulverizadores, constituídos de bomba de pressão e de bico. O bico é a parte mais importante do pulverizador, pois são usados diferentes tipos para que sejam conseguidos espectros de gotas desejados e mais eficientes. Os bicos são usados para fraccionar o líquido em gotas e, além do tipo universal, são classificados de acordo com a energia utilizada em:
- Bicos de impacto, leque ou cone (energia hidráulica): são de baixa pressão e gotas grandes, usados na aplicação de herbicidas;
- Pneumático e vertical (energia gasosa): usados para as aplicações em folhagem de arbustos e árvores, e espacial de aerossóis;
- Disco rotativo e gaiolas (energia centrífuga): usados para aplicação de herbicidas em volumes pequenos com gotas de tamanho quase uniformes;
- Vibratório (energias cinética e térmica): empregados para produzir grandes gotas (herbicidas) e neblina ou fumaça, uso em recinto fechado ou floresta, respectivamente;
- Eletro Hidrodinâmico (energia eléctrica): utilizados na aplicação de produtos oleosos e volumes reduzidos (0,5 a 1,5 L/hectare).
As dosagens dos agro-tóxicos usados nas lavouras podem ser expressas em quantidades do produto por unidade de área (hectare ou alqueire) ou pela quantidade do produto por 100 litros de água (180 g/100 L; 210 mL/100 L; 320 cc/100 L).
De acordo com os volumes de agro-tóxicos aplicados nas lavouras, quando também é levado em consideração o porte das culturas, existem pelo menos 5 tipos de aplicações de defensivos, a saber: alto volume, normalmente são aplicados de 600 a 1.000 L/hectare; médio volume, de 200/600 a 600/1.000 L/hectare; baixo volume, de 50/200 a 200/500 L/hectare; muito baixo volume 5/50 a 50/ 200 L/hectare; e ultra baixo volume de 5 L/hectare, para plantas rasteiras e árvores/arbustos, respectivamente.
O tamanho das gotas, que têm grande importância na eficiência da aplicação de diferentes defensivos, com o mínimo de contaminação ambiental, foi definido ou classificado pela Organização Mundial de Saúde (1976) em:
- Aerossol: distribui gotas com diâmetro médio do volume inferior a 50 micrômetros (1 micrômetro = 0,001 milímetro);
- Nebulização: distribui gotas com diâmetro médio do volume inferior a 50 micrômetros; pulverização fina, distribui gotas com diâmetro médio do volume entre 50 e 100 micrômetros; e
- Pulverização grossa: distribui gotas com diâmetro médio do volume superior 400 micrômetros.
O preparo da calda é uma operação que oferece perigo ao aplicador e ao ambiente, pois o defensivo químico está concentrado. A preparação da calda não deve ser feita às proximidades de poços, rios e igarapés, pois no caso de ocorrer vazamentos e respingos resultará em contaminação, principalmente, daqueles que usarão a água para consumo e sobrevivência.
Os principais cuidados no preparo da calda são: o pó não deve ser colocado directamente no tanque do pulverizador, antes há a necessidade de misturá-lo com um pouco de água, em balde ou outro tipo de vasilha, para a obtenção de uma mistura mais homogénea, assim é evitada a deposição do produto no fundo do tanque do pulverizador, que pode provocar entupimento de bicos e provocar desgastes no equipamento; o defensivo não deve ser colocado no pulverizador vazio, abastecer antes com certa quantidade de água, que não afecte a concentração da calda de aplicação; usar água limpa no preparo da calda, com isso não haverá o entupimento e menor será o desgaste do equipamento; adicionar o espalhante-adesivo, após o preparo da calda, para evitar a formação de espuma; e aplicar a mistura no mesmo dia em que foi preparada.
Antecedendo à aplicação do agro tóxico, o equipamento de distribuição, pulverizador costal (manual e motorizado), pulverizador de barra ou atomizador, deve ser regulado, de modo a garantir a vazão correta da calda e o volume a ser aplicado na área, planta, etc. considerada na operação.
É importante observar que, quando das aplicações de agro tóxicos, é comum o desgaste dos bicos após algumas horas de trabalho, assim precisam ser substituídos para não haver prejuízos à pulverização.
obs: apesar de ser totalmente contra o uso de agrotóxicos,devo salientar necessário,orientar o seu uso de maneira correta, e o resto é o livre arbitrio.
"Métodos alternativos para controle de pragas e doenças das plantas" e "Noções sobre o uso de agro-tóxicos" têm como fonte total: http://minhasfrutas.blogspot.com
equipe frutas Brasil(todos os direitos reservados)
FORMULAS
Calda de fumo e sabão
Ingredientes:
10 cm de fumo de rolo
50 g de sabão de coco ou neutro
1 litro de água
Modo de fazer:
Pique o fumo e o sabão em pedaços, junte a água e misture bem. Deixe curtir por cerca de 24 horas. Coe e pulverize as plantas atacadas.
Chá de angico
Ingredientes:
100 g de folhas de angico
1 litro de água
Modo de fazer:
Coloque as folhas de angico de molho na água por cerca de 10 dias, misturando diariamente. Coe o chá e guarde em uma garrafa tampada. Quando for utilizar em pulverizações, dilua uma parte do extrato em 10 partes de água.
Emulsão de óleo
Ingredientes:
2 litros de água
1 kg de sabão comum (em pedra ou líquido)
8 litros de óleo mineral
Modo de fazer:
Pique o sabão (se for em pedra), misture com o óleo e a água e leve ao fogo, mexendo sempre, até que levante fervura. A mistura vai adquirir a consistência de uma pasta. Guarde em um pote bem tampado e na hora da aplicação, dissolva cerca de 50g pasta em água morna e dilua tudo em 3 litros de água.
Macerado de urtiga
Ingredientes:
1 litro de água
100 g de folhas frescas de urtiga (use luvas para manusear a planta, pois ela causa irritações na pele).
Modo de fazer:
Misture as folhas de urtiga em um litro de água. Deixe a infusão agir por 3 dias, mantendo-a em um local seco e à meia-sombra. Coe e dilua o extracto em 10 litros de água para uma concentração normal, para concentração mais forte diluir em 5 litros. Este preparado pode ser armazenado por alguns dias (em local seco e arejado) para pulverizações preventivas nas plantas a cada 15 dias.
4 comentários:
Agradeço a sua visita ao meu blogue. As minhas sardinheiras têm passado por fases, umas boas, outras com alguns problemas, sobretudo por causa da borboleta dos gerânios que me tem feito cortar uma boa parte dos ramos de alguns deles. Tenho feito novos vasos com ramos das plantas mais antigas e tenho sido bem sucedida.
A visita ao seu blogue foi muito útil, sobretudo devido aos conselhos que aqui tem sobre o modo de combater as pragas.
Olá querido Toninho, que saudades desse cantinho inspirador. Muito importante este post, vou copiá-lo e repassar ele ao meu pai, ele sempre me pede pra pesquisar na net formas de controlar as pragas.
Abraços, até breve!!!
Ah... passa pra conhecer meu novo cantinho, o de imagens - femininusecasados.blogspot.com
Aguardo tua visita.
Até breve!
Tenha uma abençoada semana!
TONINHO, BOA TARDE. ADOREI O SEU SITE. TENHO USADO MUITAS DE SUAS PRECIOSAS DICAS E NOTEI QUE O ULTIMO POST FOI EM NOVEMBRO DE 2010. ACONTECEU ALGUMA COISA COM VC OU COM O BLOG ?
ESPERO SINCERAMENTE QUE ESTEJA TUDO BEM E VC VOLTE A POSTAR EM BREVE .
UM ABRAÇO E PARABÉNS.
SALETE@PINESEAMARAL.COM.BR
BRASIL
senhor dono do blog, seu blog é maravilhoso, descobrir coisas em relação as plantas que mudaram minha forma de ver o mundo e minhas propias plantinhas. MAS ESSAS BORBOLETAS ESTÃO ME TIRANDO DO SERIO, JÁ ESTOU A ALGUMAS HORAS LENDO SEUS POSTES E ELAS ESTÃO ME ENLOUQUECENDO!!!!!
RHa
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